quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Goosebumps 2: Halloween Assombrado [Goosebumps 2: Haunted Halloween] (2018)

Goosebumps 2: Halloween Assombrado, dirigido por Ari Sandel, é beeeeem melhor do que o primeiro filme (clique aqui para ler a análise), e o motivo principal disso é por se encontrar como um filme de aventura e terror (leve e de certa forma, juvenil, como suas histórias originais). Aqui não temos tempo de tela investido em romance ou muito drama. A história não chega a ser direta ao ponto, tempos bastante tempo sendo usado para estabelecer os personagens, suas personalidades, seu ambiente e contexto, mas tudo sendo feito de forma tão natural e tranquila que nem percebemos quanto tempo se passa até os elementos de fantasia entrarem. Um ótimo filme que sabe o que quer e executa isso de forma certeira. Posso estar exagerando, mas a sensação que tive assistindo a interação entre os personagens foi bem ao estilo Stranger Things, e isso é ótimo. Personagens que às vezes não tem uma ligação forte entre si, mas que esta ligação vai aumentando ao decorrer da trama. E por falar em trama, ela é cliché com toda certeza, cheia de exposições de ideias ao público, mas com um vilão carismático como ninguém, sem falar naquela última cena que só mostra que ainda tem muita coisa por vir (se quiserem e permitirem). E se os próximos forem tão bons como esse, que venham. 
 
Pôster do filme.

Sinopse: Um boneco de ventríloquo (antigo conhecido nosso) está de volta, e dessa vez encontra uma família para fazer parte, pelo menos por algum tempo, até sua obsessão se mostrar verdadeiramente. 

"Ele pareceu um cara legal no começo."

 

Um vilão carismático.
 
Trailer:

The Good Place (2016 - 2020)

The Good Place, uma série criada por Michael Schur, de fantasia, drama, comédia e romance, onde tudo pode acontecer, e quando pensamos que sabemos o que esperar, ela se reinventa para depois se reinventar nela mesma. A trama se passa no que para muitos seria o paraíso (literalmente), com atividades diárias, um sistema de almas gêmeas, e onde pode-se ter tudo o que quiser. O problema começa quando um de seus recém-chegados percebe que está no Lugar Bom por engano, sem merecer, e todas as consequências partem daí. A trama é fantástica, os personagens que mesmo sendo caricatos demais, ainda podemos nos identificar ou identificar algum conhecido, nos fazendo nos apegar e torcer, conforme suas relações se fortalecem (e se enfraquecem e desaparecem) com momentos de pura filosofia, explicada de forma para que todos entendam. Eu juro, o foco principal da série é sobre o ensino da ética, conceitos de bondade e maldade, tudo com muito humor, sem esquecer das críticas ácidas, que não deixam de surpreender. São 4 temporadas amarradas por um fim perfeito, melancólico, mas que aquece o coração, e que traz um sentimento de satisfação e dever cumprido sem igual. The Good Place é uma série fora do normal, que sabe desde o início para o que veio, por mais que uma ou outra temporada tenha sido esticada sem tanta necessidade, vale muito a pena ser vista. Para mim, uma das melhores séries de comédia da atualidade.
 
Pôster da série.

Sinopse: O Lugar Bom normalmente é só para quem merece, mas alguém chega por engano. E mesmo que mereça uma vaga no Lugar Ruim, fará de tudo para ficar, até descobrir que nada é o que parece.
 
"Princípios não são princípios se você escolhe quando irá segui-los."
 
"É um evento raro, como um arco-íris duplo. Ou quando alguém na internet diz: “Quer saber? Você me convenceu de que eu estava errado.”"
 
"Eu não faço ideia do que está acontecendo agora, mas todo mundo está falando então eu acho que devo falar também!"
 
"Se isso não é um teste, então é algo muito pior: uma escolha! Que precisamos fazer!"
 
"Agora vamos fazer a coisa mais humana de todas: tentar fazer algo fútil com uma tonelada de autoconfiança não merecida e falhar de forma espetacular!"
 
"Toda boa coisa que qualquer um disse por suas costas". Bem vindo ao Lugar Bom.

 

Trailer:

 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

1917 (2020)

Filme sugerido por Amanda Nogueira. Espero que goste da análise. 💓💓💓

 
1917, dirigido por Sam Mendes, é um filme de drama e guerra, baseado em uma história contada pelo avô do diretor, Alfred Mendes, sobre dois soldados na Primeira Guerra Mundial em uma missão. O roteiro é bem simples e sem muitas exposições quanto à história, mas mesmo assim, chega a não deixar evidente por quem estão lutando (claro que pelos aliados, mas de onde os soldados são ao certo, só se sabe quem tem conhecimento sobre os uniformes utilizados durante o filme). A fotografia é ótima, onde dificilmente percebemos os cortes de câmera, dando a ideia de uma filmagem única. Como se já não bastasse o realismo do roteiro e história, a filmografia nos faz ser mais um personagem à "maratona" percorrida durante o filme. Além de muito drama, temos lama, poeira, sangue, sujeira, e apesar da pouca ação (em metade do filme), temos uma abordagem mais real da guerras, seja na crueldade, na tristeza, na dor das perdas. Um filme que vale a pena ser visto, não só por sua qualidade técnica acima do normal, mas por ser uma nova visão do gênero de filmes de guerra, diferente do (há muito tempo saturado) "sangue, pólvora e heroísmo patriota".

Sinopse: Uma missão de urgência é dada à dois soldados de um mesmo batalhão. Para um deles a missão é pessoal, a partir disso, uma corrida contra o tempo de inicia, valendo a vida de vários outros soldados.
 
Pôster do filme.

"Mas tenham ânimo. Vale uma medalha. Nada como um pedaço de fita para animar uma viúva."

"Eles foram ao mar numa peneira, eles foram. Numa peneira eles foram ao mar."

"Essa guerra só terminará de uma maneira. Quando só sobrar um homem."
 
Um soldado tentando impedir que muitos outros continuem correndo para a morte certa.

Trailer:

1922 (2017)

Filme sugerido por meu amigo e "membro do fã-clube de Stephen King", Rodrigo Barreto. Espero que goste da análise 💓💓💓

Clique aqui para ler o texto de Rodrigo, no qual me baseei para a análise.

 
1922, dirigido por Zak Hilditch, é um filme de suspense e terror dramático baseado no conto de mesmo nome do autor de terror (e às vezes fantasia) Stephen King. A narrativa começa de forma lenta, mas apenas para nos situar no período de tempo e, principalmente da situação familiar (e muito familiar pra muita gente). Aqui temos uma história que nos é tão familiar (e infelizmente, ouso dizer, que principalmente às mulheres) pelo seu personagem principal. Um homem que está sempre se justificando sobre suas decisões, apenas para não dar o braço a torcer e fazer as coisas do jeito das outras pessoas (por quem ele não tem zelo nenhum, tratando como ferramentas que pode usar como e quando bem quiser), e claro, ao invés de enfrentar as consequências, se esconde atrás de mais decisões que colocam em risco todos que conhece, mas é isso, um homem que não se importa, que é dono de tudo e todos, um ser que se acha um deus, acima de tudo e todos. A pior parte disso, é que todos nós (homens) temos dentro de nós um homem (de várias faces) desse tipo: manipulador, agressivo, egoísta e insensível. Se não nos fiscalizarmos (muitas vezes uns aos outros) estaremos apenas colocando esse perigo às outras pessoas e para nós mesmos pra fora. Este "homem calculista" (palavras do filme) que não mede ou não se importa com as consequências de seus atos, como diz meu amigo, o escritor Rodrigo Barreto, deve ser morto, e sempre por nossas próprias mãos, deixando de lado o comodismo e privilégio de sermos esse homem, e nos fortificando pela inquietação e incômodo. Dia após dia precisamos sufocar este nosso lado sem dar trégua ou misericórdia, porque só isso pode trazer conforto real aos que nos cercam, e alívio a nós e nossa consciência.

AVISO: Feminicídio, manipulação parental e algumas cenas de violência gráfica.
 
Pôster do filme.

Sinopse: Um homem toma várias e várias decisões que seriam para benefício próprio (justificando aos outros de que é pelo bem dos próximos), sem levar em conta a "lei do retorno".

"E eu acredito que há outro homem dentro de cada homem. Um estranho. Um homem calculista."

"Assassinato é pecado. Assassinato é desgraça. Mas assassinato também é trabalho."

"Sempre que eu tentava me ocupar com trabalho e afastar os pensamentos, eles me encontravam."

"Acho que se eu ficar de joelhos, Deus me matará."

 
Um homem que prova que enterrar seus problemas não é resolvê-los, mas sim escondê-los e fugir deles.


Trailer: