quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Tudo Bem No Natal Que Vem [NACIONAL] (2020)

Tudo Bem No Natal Que Vem, dirigido por Roberto Santucci, é um filme nacional de dramédia natalina, um drama disfarçado de comédia exagerada. Muitas vezes dá pra sentir até uma vibe de filme mexicano ou espanhol de comédia, mas o drama é marca registrada do cinema nacional, e aqui isso não poderia ficar mais evidente. Com uma trama que ao todo não é tão original (um homem escroto que se vê preso numa situaçção que possa ser a chance de sua vida de fazer diferente), o filme se difere muito por sua execução, mascarando momentos dramáticos com a comédia, nos vemos desprevenidos para a reviravolta próxima do fim (eu, sinceramente, chorei igual uma criança, mas confesso que não sou de assistir dramas), claro que vemos isso em outros filmes também, mas a diferença maior está na mecânica do ponto principal da história, seja esta qual for (viagem no tempo, amnésia ou esquizofrenia) e o que é feito com ela e dela, as reações dos personagens e decisões de roteiro tomadas são incrivelmente naturais (tragicamente até a forçação de piadas, brasileiro é o povo dos memes em momentos inoportunos), as consequências não passam despercebidas, e isso nos é passado de uma ótima forma, bem condizente com a história e com nossa cultura. Mas o filme não é perfeito, como todo filme nacional, às vezes as vozes ficam mais baixas do que a sonoplastia, um problema já clássico para o cinema nacional, mas que neste filme acontecem poucas vezes, nada que atrapalhe muito. Vale muito a pena ser visto, lembrando que mesmo sendo um filme natalino, a mensagem que fica vale pra todo e qualquer momento da vida, mas a mensagem maior é a de que nem sempre temos esta segunda chance, e precisamos lidar com isso, aceitar e tentar fazer diferente daqui pra frente, porque o que podemos fazer de pior é ignorar as consequências de nossas ações. 

Pôster do filme.

Sinopse: Desde 2010 Jorge só passa a existir nos dias de natais de sua vida. As consequências disso recaem sobre todos à sua volta.

"Porque eles te amam. E eu também, seu idiota."

"Você ainda vai saber para que serve o natal."

"A vida é um sopro."

Certamente o ato mais emotivo do filme, acaba com a gente fácil fácil.

Trailer:

Deixe a Neve Cair [Let It Snow] (2019)

Filme escolhido por LAÍS GUERRA. Espero que goste da análise. ❤❤❤


Deixe a Neve Cair, dirigido por Luke Snellin, é um filme teen de romance natalino, com um toque de comédia e música, baseado no romance de mesmo nome de Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle. O filme é focado em mais de um personagem, cheio de subtramas, onde no fim todos se encontram. Personagens com algum carisma (mesmo que não os mais carismáticos do mundo), apenas por não serem os adolescentes insuportáveis que temos o costume de ver em outras obras. Deixe a Neve Cair traz mensagens surpreendentemente boas sobre auto aceitação, amor próprio, empatia, expressar sentimentos, entre outras coisas. Não é um filme perfeito, mas entretém, é fofinho, faz o tempo passar, e de bônus traz ótimas mensagens. Vale a pena dar uma olhada. 

Pôster do filme.

Sinopse: Na véspera de natal, uma celebridade do mundo da música passa o dia numa cidade comum, como uma pessoa comum, em meio a pessoas comuns, por mais que ninguém seja normal. 

"A vida é um monte de coisas que não pode controlar."

Um casal muito fofinho, cheio de química, às vezes levando o filme nas costas.

Trailer:

 

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Crônicas de Natal 2 [The Christmas Chronicles 2] (2020)

Crônicas de Natal 2, dirigido por Chris Columbus, é a continuação do filme natalino Crônicas de Natal (Clique aqui para ler a análise deste filme), e desta vez tem menos comédia, se entregando com mais vontade ao drama, fantasia e aventura do que seu antecessor, e pasme, temos até um pouco de ação no meio. Aqui, 2 anos após a trama do primeiro filme, a família Pierce retorna em meio a uma troca de farpas no Pólo Norte, temos um vislumbre na história do Noel, dos elfos, e temos alguns personagens novos. As atuações ainda são um pouco engessadas (e aqui sem a desculpa da reviravolta final), ainda assim, é um ótimo filme, saindo um pouco do cliché dos filmes natalinos (por mais que esteja recheado deles), ainda temos espaço para uma subtrama de ficção científica! É muito interessante como o filme trabalha com os sentimentos dos personagens, tanto o de rejeição quanto o de insegurança. Parece que com o Papai Noel em sua vida, você não precisa tanto de terapia kkk. Vale a pena dar uma conferida, ainda mais para quem assistiu ao primeiro.
 
Pôster do filme.

Sinopse: O sentimento de rejeição está em alta, tanto no Pólo Norte quanto em Cancún. As consequências disso botam em risco (mais uma vez) o Natal, o Pólo Norte, e o mundo.

"Você irá de tempos em tempos, e é assim que deve ser."

Dessa vez, a Mamãe Noel tem tanta importância ao filme quanto seu marido (dentro e fora das telas).

Trailer:

Crônicas de Natal [The Christmas Chronicles] (2018)

Crônicas de Natal, dirigido por Clay Kaytis, é um filme natalino de fantasia, comédia e aventura, mas que se inicia com uma situação surpreendentemente dramática. Temos em seu início os vários natais animados da família Pierce, até tudo mudar de repente e a família se quebrar. Todos são afetados, consequência da mudança repentina, mas a mudança maior acontece com uma invasão à casa da família. Num piscar de olhos, o filme tem algumas cenas de suspense que caem de vez à comédia, e faz isso de forma muito boa e natural. As atuações são boas (apesar do Noel ter um jeito meio enrijecido em alguns momentos, mas talvez isso seja uma dica para o fim do filme), a história é de certa forma cliché aos filmes de natal, mas não deixa de ser contada de forma divertida, com momentos que até surpreendem. Ao fim, um ótimo filme de natal, que vale a pena ser conferido por estas épocas. 

Pôster do filme.

Sinopse: Um delinquente juvenil em formação e sua irmã dão de cara com uma invasão em plena noite de natal, o que se torna a noite mais louca de suas vidas, e na de alguns policiais também.

"Tenho orgulho de você."

Um dos melhores (em carisma e divertimento) Papais Noéis dos filmes.

Trailer:

 

PARA LER A ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DESTE FILME, CLIQUE AQUI.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

A Caminho da Lua [Over the Moon] (2020)

Filme escolhido por LAÍS GUERRA. Espero que goste da análise. ❤❤❤


A Caminho da Lua, dirigido por Glen Keane, é uma animação musical de comédia, romance e fantasia, adaptando uma história da mitologia chinesa. Ao todo, chega a ser uma história um tanto cliché, pelo menos se eu resumir a história à uma menina que não aceita os acontecimentos à sua volta até isso finalmente mudar, e ainda mais cliché se vermos a personalidade de certos personagens, como o egoísmo da personagem principal, ou da ingenuidade e inocência do seu irmão, mas então temos a ambientação, um pequeno vilarejo (que está se modernizando), o trabalho da família com os bolinhos típicos e a relação da família com a tal lenda. Ah sim, como eu poderia me esquecer de alguns dos maiores clichés existentes? Uma doença misteriosa que mata um personagem importante para o protagonista, e no caso de um musical, as músicas que começam sem mais nem menos apenas para fazer exposição do que se está passando na história, sendo repetida em um refrão com direito a muitos agudos (mas devo admitir que a melhor canção é a da deusa). A história se torna mais interessante com a loucura dos momentos de fantasia, com tudo muito colorido, personagens se mostrando mais divertidos e uma resolução aos conflitos de maneira bem menos cliché, com os personagens finalmente aceitando o luto e o superando, com uma representação interessante, e focando na solidão deste processo. A Caminho da Lua vale uma chance, é uma animação muito bem trabalhada, que chama a atenção mesmo para os que não são tão fãs de musicais. 

Pôster do filme.

Sinopse: Uma menina acha que viajando para a lua, pode provar ao seu pai que ele não está fazendo a escolha certa. O que uma coisa tem haver com outra? Quase nada. 

"- Mas eu estou sozinho há mil anos. Está sozinha há quantos anos?
- Quatro. 
- Deixa o tempo passar. Pode mudar de ideia."

Uma história louca, uma protagonista insuportável, mas uma boa animação.

Trailer:

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

No Mundo de 2020 [Soylent Green] (1973)

No Mundo de 2020, dirigido por Richard Fleischer, é um filme de suspense e ação que esteve bem a frente do seu tempo, apesar de, como na maior parte dos filmes da década de 70, está baseado em machismo, recheado de cenas onde mulheres são tratadas como objetos, sendo puxadas pelo braço e se apaixonando perdidamente pelo "herói" sem motivo aparente. A trama se passa no ano de 2022, e tudo o que vemos são exatamente as coisas que estão nos acontecendo no momento: políticos preocupados com reeleição, o meio ambiente sendo destruído por ganância, o uso de máscaras ao sair nas ruas, o preço exorbitante dos alimentos, etc. , mas claro que tudo de forma bem exagerada, levando em conta a época de sua produção e lançamento. Ainda assim, a história é contada de forma fluida, sem enrolação e só nos instigando cada vez mais com seu suspense. É muito interessante como o filme mostra que a elite da sociedade sempre será elite de alguma forma, passando por cima de quem quer que seja, se aproveitando de toda e qualquer situação para lucrar. Podemos ver como muitos filmes "recentes" se inspiraram neste, como por exemplo, O Expresso do Amanhã ou até V de Vingança. Um ótimo filme que só envelheceu mal porque conseguiu enxergar à frente do seu tempo em muitos aspectos, mas não enxergou a um palmo do seu nariz em questões que já estavam ali naquele tempo. Apesar de tudo, vale sim dar uma conferida.

Pôster do filme.

Sinopse: Em 2022: fome, miséria, e agora assassinatos. Tudo enquanto uma empresa lança o novo sabor (e cor) de sua comida sintética: Soylent Green.

"Não há espaço suficiente para os pobres. São muitos."

O Estado lidando com seus cidadãos.

Trailer:

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

A Vila [The Village] (2004)

Filme escolhido por LAÍS GUERRA Espero que goste da análise ❤❤❤


A Vila, dirigido por M. Night Shyamalan, é mais um de seus filmes de suspense, terror e drama, com um toque de romance. Um de seus filmes mais conhecidos, e como sempre, com uma grande reviravolta no ato final. A trama gira em torno de uma vila que vive com medo do mundo exterior, por vários motivos, um deles sendo ameaçador para suas vidas. Passamos boa parte do filme conhecendo a pequena vila e ouvindo histórias sobre os perigos que a cercam. A filmografia, figurino e ambientação são incríveis, dando a impressão realmente de algo de época. A vila se trata de uma maquete de sociedade conservadora, pautada em cima de uma religião que prega o medo de coisas proibidas apenas pela religião em si. Uma sociedade sem tecnologia, que define papéis extremamente desiguais entre homens e mulheres, além de ignorar seus doentes. Sua reviravolta final é ótima para o filme, mas como em toda obra deste diretor, fica o "gostinho de quero mais", seja por saber o que será dos personagens, da própria vila e daquele mundo após todos os eventos que se passam, ou, talvez, seria boa a ideia de contar a origem desta vila. Em geral, é um ótimo filme de suspense, com uns bons sustos e reviravoltas que no mínimo nos pegam de surpresa e causam um bom impacto.

Pôster do filme.

Sinopse: Uma vila isolada do resto do mundo, por medo dos perigos que a cercam, mas tudo pode mudar por uma pessoa querida. 

"Às vezes nós não fazemos as coisas que queremos para os outros não saberem que queremos fazê-las."

Muitas vezes nossos maiores medos não são realmente nossos.

Trailer:

A Ilha da Imaginação [Nim's Island] (2008)

A Ilha da Imaginação, dirigido por Jennifer Flackett e Mark Levin, é um filme infantil de aventura, adaptação do livro A Ilha de Nim, da autora Wendy Orr. O filme tem uma história interessante, uma menina narrando sua história, vivendo numa ilha com seu pai pesquisador, isolados da sociedade, conectados ao mundo apenas por acesso ao email, com seus vários livros de ficção e vários animais que são seus melhores amigos. Claro que tudo muda quando um acidente ocorre e a menina se vê sozinha (pelo menos por algum tempo), até a ilha ser invadida e ela se ver forçada a pedir ajuda, justamente à autora de seus livros de aventura favoritos. Podemos ver que o filme foi baseado num livro infantil justamente no número de coincidências e coisas improváveis (para não dizer impossíveis) que vão acontecendo. Em alguns momentos, parece que o roteiro se perde um pouco, dando ênfase a coisas que parecem que vão ser MUITO importantes para a história e que simplesmente somem sem prévio aviso. Um bom filme, mas com um roteiro um tanto perdido, tanto quanto a autora nada aventureira. Talvez pela direção dupla, acaba não tão bom como aventura e nem como filme sobre auto conhecimento. Ainda assim, um bom filme para quem quer assistir algo leve e despretensioso.

Pôster do filme.

Sinopse: Nim tem uma ilha toda para ela, seu pai e seus amigos animais. Infelizmente isso está prestes a mudar. 

"A frase é minha. Eu sou escritor também."

Atuações um pouco caricatas, mas de acordo com um filme infantil deste "naipe".

Trailer:

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Você Nem Imagina [The Half of It] (2020)

Filme escolhido por LAÍS GUERRA. Espero que goste da análise ❤❤❤


Você Nem Imagina, dirigido por Alice Wu, é um filme de drama e comédia romântica teen, mas muito diferente de um filme teen comum. Temos elementos comuns deste tipo de filme, como uma narração (pelo menos no início) e certas passagens com auto depreciação por parte dos personagens (baixa auto estima, problemas com confiança, etc.), mas o filme já começa dando spoiler no seu próprio início, dizendo sua maior diferença como um filme de romance. Tudo bem, muitas outras comédias românticas já fizeram isso antes, de não darem certo como um romance em si, mas este entra realmente na pele da jovem Ellie Chu, conseguindo nos passar cada uma de suas angústias numa situação que é comum para a maioria dos adolescentes (e adultos também, pessoas românticas em geral). Um ótimo filme, fofo demais, que deixa o coração quentinho, e arranca umas lágrimas dos mais sensíveis, que ensina que todos nós  fomos, somos ou seremos babacas em algum momento de nossas vidas com alguém que amamos ou/e gostamos, e podemos mudar isso a qualquer hora (mas quanto antes melhor), algo que só depende de nós mesmos, assim como o filme também nos mostra quem é nosso pior inimigo, e nos transformar em nosso salvador ou herói (de forma lindamente cliché) somos nós mesmos. Um filme incrível, principalmente nos últimos tempos, onde parece que amor e respeito ao próximo parecem coisas utópicas demais. Vale demais assistir.

Pôster do filme.

Sinopse: Uma jovem nerd recebe uma proposta incomum para receber uma grana extra, até que se torna algo pessoal demais.

"Tem razão, não faça humanas."

Um filme que tem personagens que são fofos e imbecis ao mesmo tempo.

Trailer:

Looks That Kill (2020)

Looks That Kill, dirigido por Kellen Moore, é um filme teen de comédia sombria, com drama e romance bem fora do comum. Um adolescente nasce com uma doença (ou poder, ou maldição) bem ao estilo da criatura mitológica Medusa, com essa dica e o nome do filme (olhares que matam), dá pra se ter uma noção. É um filme muito interessante, pois assistindo não temos ideia de onde a história irá parar, e isso só nos deixa mais e mais curiosos. O filme toca em assuntos pesados (mas que fazem parte da vida) a todo momento, morte e tentativa de suicídio acontecem logo de inicio, mas tudo com muita leveza, principalmente pela forma de lidar dos personagens com essas questões. O filme tem momentos tristes, principalmente no seu terceiro ato onde tudo acontece, no fim da história, onde mais do que superar uma dor, é importante ressignificar ela. O filme mostra isso como nenhum outro que vi até agora, com toda sua caricatura e história absurda, ainda assim, de forma perfeita, com muito bom humor e leveza. Vale a pena dar uma conferida, talvez amoleça alguns corações de pedra.

AVISO: O filme contém sobre assuntos como suicídio e morte.

Pôster do filme.

Sinopse: Um adolescente carrega uma maldição, até encontrar alguém que enxergue isso como uma bênção.

"A comunicação faz milagres com as mulheres, Max, ainda mais porque pensam que homens são incapazes disso."

O homem mais lindo do mundo.

Trailer:

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Zombi Child (2019)

Filme escolhido por LAÍS GUERRA. Espero que goste da analise. ❤❤❤


Zombi Child, dirigido por Bertrand Bonello, é um filme francês de drama guiado por um suspense que se inicia bem lentamente, com um ritmo (apenas ritmo) comparável à 2001: Uma odisséia no espaço (clique aqui para ler a análise deste filme), ou outros filmes de Stanley Kubrick, com um toque de terror em seu fim. Baseado em um fenômeno ocorrido na vida real, Zombi Child é bastante artístico, seja em seus passos ou sua fotografia, seja mesclando uma história no Haiti dos anos 1962, com toda sua cultura regional, crenças culturais e ligações com antepassados e o próprio passado, com uma França dos tempos atuais, superficial nas aparências, aproximações sociais e discussões, menosprezando (na maior parte do tempo) as experiências e vivências do outro, a cultura do egoísmo e da superioridade. O filme expressa de forma tão natural a cultura haitiana que por boa parte do filme ficamos perdidos com o que está acontecendo, até algumas peças começarem a se encaixar, principalmente a ligação entre as passagens do tempo, mostrando a importância do contato com nossos antepassados e suas origens, independente de quem somos, justamente para entender quem somos, sem falar na importância de lidar com as consequências de nossas escolhas, ainda mais quando envolvem coisas que não entendemos ao certo, coisas que estão fora de nossa lógica ou do que conhecemos, justamente pela cultura do "o meu é superior ao seu, o meu funciona, o seu não". Zombi Child é incrivelmente representativo culturalmente, apresentando um aspecto importante do Haiti, todo seu misticismo, mas além disso, apresentar uma história aos olhos de uma menina longe de suas origens, conectada apenas por intuição, sangue e história. Como nada é perfeito devo admitir que a exposição próximo ao fim me pegou de surpresa, mas até isso foi ótimo para não tentarmos adivinhar erroneamente o que se passou em tela. É um filme lento sim, mas muito forte, que nos recompensa com todo seu significado, simbologia e importância pro cenário político e social atual. 

Pôster do filme.

Sinopse: Duas pessoas e suas histórias nos são apresentadas, anos de distância se encontram entre si, mas logo sua proximidade fica evidente. O sangue zumbi pode ser passado pelas gerações, e como sempre, alguém tenta tirar proveito do que não entende. Alguma surpresa nisso? 

"Escute, mundo branco
Sangue negro corre
O porão dos navios negreiros derrama no mar
A espuma do nosso sofrimento
Os campos de algodão,de café, de cana de açúcar
Os matadouros de Chicago, os milharais de Indigo
As usinas de açúcar, os porões dos seus navios
As mineradoras,os canteiros de obras do seu império
As usinas, as minas, o inferno na terra para nossos músculos
A espuma do suor negro desce ao mar esta noite
Escute, mundo branco
O meu rugido de zumbi"

Tem cara de um filme de terror cliché, mas vai muito além disso.

Trailer:

Bacurau [NACIONAL] (2019)

Filme sugerido por deus e o mundo kkk. Alguns dos nomes: RODRIGO BARRETO e POLLYANA DE RUAS, RAFAEL ALBUQUERQUE e AMANDA NOGUEIRA, BRUNO ALTHOFF e BÁRBARA SCHITTINI. Claro que tem mais gente, caso queiram que eu adicione, me avisem. Espero que gostem da análise ❤❤❤


Siiiiim, finalmente assisti o tão falado filme nacional, parceria entre Brasil e França, Bacurau, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e é muito mais do que eu imaginava. Um filme de ação, suspense, drama e diria que principalmente terror com muito sangue. A história se passa em um futuro próximo, sem data, onde a maior diferença pro nosso cenário atual (pra mim) seria o ótimo sinal de telefonia visto em Bacurau. Se nem nas capitais temos um serviço bom por completo, imagine nos interiores kkk. De resto, tudo o que tem no filme, da seca e falta de água potável que atinge algumas regiões do Brasil, prefeitos e políticos, em geral, que só mostram a cara em época de candidatura, se aproveitando do povo. Bacurau tem uma filmografia linda, atuações ótimas, uma trilha sonora lindamente planejada, tanto nas externas quanto nas tocadas no próprio filme, pecando apenas na falta de cuidado com volume das vozes, música e sons de ambiente durante conversas baixas (como todo filme brasileiro, infelizmente). Um ponto que eu iria dar como negativo seria a exposição. Muitos filmes expõem de forma rápida e simples questões importantes que estavam implícitas no roteiro, normalmente em meio à algum diálogo. Em alguns filmes isso é feito de forma tão despreocupada que seria o mesmo que chamar o público de burro, mas aqui, levei em conta que é um filme com questões profundas, postas em prática para qualquer um entender, sem  ser necessário ser nenhum intelectual, mas a magia está realmente no roteiro. Começando de forma lenta, nos situando em algumas situações importantes, mas principalmente no momento no qual a cidade se encontra. Falei anteriormente das diferenças entre o filme e a vida real, a maior diferença real é Bacurau ter uma população unida, apesar de tudo, unida principalmente contra quem a explora. Vemos como é fundamental o papel do professor e outras figuras intelectuais quando estes sabem falar a mesma língua que o povo comum. Bacurau se baseia em nossa história para se defender e resistir à exploração, com "crueldade" o suficiente para responder os invasores à altura, iniciando uma guerra, ou pelo menos sinalizando que não vai ser uma briga fácil. Seria injusto para Bacurau se eu o comparar a algum dos filmes da franquia Mad Max, já que o roteiro aqui é bem mais encorpado, com críticas que tentam ser sutis contra capitalismo, masculinidade tóxica, conservadorismo, exploração ambiental, etc. Um ótimo filme, que vale a pena ser visto, pelo menos por quem tem os nervos para tanto suspense e estômago para tanto sangue. 

AVISO: Contém algumas cenas de nudez e sexo, e cenas de violência gráfica com muito sangue. 

Pôster do filme.

Sinopse: Bacurau é uma cidadezinha pacata que precisa urgentemente de políticas públicas de verdade, infelizmente (ou felizmente) só poderá contar consigo mesma e seu povo. 

"Chegou todo crivado de baaaaaalaaaaaa!!!"

"Como podem ser como a gente? Somos brancos."

"O homem vale mais pelo mal do que pelo bem que faz."

Um faroeste verdadeiramente patriótico, seguindo o ditado aqui se faz, aqui se paga.

Trailer: