A Cela, dirigido por Tarsem Singh, é um filme de terror e suspense, com um toque de ficção científica, que em seu início lembra muito Twin Peaks (leia a análise da franquia aqui). Este filme marcou muito minha infância, do jeito que um filme de terror pode marcar uma criança. A Cela se trata de um filme de terror, psicológico, muito físico e bizarro também, com um ótimo roteiro, que gira em torno de um procedimento que permite ao terapeuta navegar pela mente do seu paciente. Na prática, algo similar com A Origem (leia aqui a análise). O filme se inicia com uma cena até então emblemática, com tudo muito artístico e complexo, e ao decorrer do filme, vemos como as cenas cenas que se passam durante o tal procedimento foram inspiradas em obras de arte, com bastante simbolismo religioso. Muitas vezes temos a sensação de estarmos assistindo à um videoclipe da Lady Gaga, com todos os figurinos bizarros, mas mais sexual e com bastante terror. É incrível como a atmosfera da mente do sujeito nos deixa desconfortáveis à cada segundo, seja pelo ótimo trabalho visual, ou até pelo roteiro, mostrando representações visuais de seus traumas e suas "conquistas" macabras. Ainda seguindo a história e seus significados, é interessante como aqui o vilão não é só demonstrado como o vilão que é, mas vemos como foi construído, criado. Vemos isso em várias outras histórias, mas nunca de forma tão psicológica quanto aqui, de forma tão mais natural, demonstrando que somos "muitos em um só", me lembrando um personagem de X-Men, Legion, ou o vilão do filme Fragmentado, que tem várias personalidades, mas em A Cela, todas as personalidades são fragmentos dele próprio. Mesmo as personalidades corrompidas, aquelas que foram frutos de seu passado e de seu ambiente de criação, afinal, seu passado faz parte de si. Muitas pessoas acham que é o bastante classificar as pessoas em homens ou monstros, aqui aprendemos que cada um de nós é, em sua maioria, homem ou mulher, monstro ou herói, inocente e/ou culpado, santo (e no caso do filme, orixá) ou um demônio, tudo ao mesmo tempo, um pouco de tudo, muito cinza e pouco preto no branco (ou branco no preto). Um ótimo filme com questões muito importantes e que devem ser faladas e tratadas (em principal, o abuso, físico, sexual ou psicológico), sem minimizar dores dos outros. Apesar de ter questões muito importantes, é um filme que não é para todos. De qualquer forma, um dos melhores filmes de terror no Guerra de Pipocas até o momento.
AVISO: Contém cenas de nudez, estupro, abuso parental e cenas de violências gráfica.
Pôster do filme. |
Sinopse: Parece que pegar um serial killer não é a parte mais difícil, e sim tirar informações importantes já que está incapacitado. Uma terapeuta terá que entrar em sua mente, literalmente.
"Não há provas de que o método funcione."
"Quando fazia serviço social era melhor quando tirávamos a criança do seu meio ambiente. Lares adotivos podem assustar no início mas as coisas podem se tornar diferentes."
"Ele está vivendo num mundo que não é saudável. Vamos dar-lhe algo diferente."
"Ele quer que alguém o ouça e tente entendê-lo."
"Você fala como seu pai."
"Ele era mais poderoso do que eu."
"Meu mundo, minhas regras."
"Quando fazia serviço social era melhor quando tirávamos a criança do seu meio ambiente. Lares adotivos podem assustar no início mas as coisas podem se tornar diferentes."
"Ele está vivendo num mundo que não é saudável. Vamos dar-lhe algo diferente."
"Ele quer que alguém o ouça e tente entendê-lo."
"Você fala como seu pai."
"Ele era mais poderoso do que eu."
"Meu mundo, minhas regras."
Trailer:
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- Rhanon Guerra