segunda-feira, 5 de abril de 2021

Death Note (2017)

Sim, assisti o infame (ou injustiçado?) Death Note dirigido por Adam Wingard e produzido pela Netflix. Um filme que tem terror, alguma ação, um suspense rápido... e alívio cômico (?), levemente baseado no mangá de mesmo nome. Na verdade, eu chamaria de releitura. Os nomes dos personagens foram alterados (algumas exceções), as personalidades foram completamente alteradas... Mas em meio à bagunça consegui enxergar algum sentido. Primeiro vamos à trama: em teoria, o material original tem sua influência no filme, o caderno está lá, com suas regras (muitas regras novas) e é jogado nas mãos de um estudante. Ryuk está lá (mais sádico e perverso do que nunca), está muito fiel e é um ótimo personagem para a trama, e assim como no original, temos alguns alívios cômicos (extremamente adaptados ao público ocidental. Sinto muito ocidente, mas nós inventamos o "besteirol"). Agora vamos às mudanças, do meu ponto de vista: a trama foi adaptada ao mundo ocidental, e ao invés do caderno cair na mão de um prodígio, cai nas mãos de um "Zé ninguém", o impulso à usar o caderno é pessoal (pelo menos ao início), a personalidade de Kira do material original foi dividida entre alguns personagens, e L tem suas limitações por privação do sono. Agora vamos às características indefensáveis: Death Note é um filme teen, extremamente teen, seja por algumas cenas ou partes da trama constrangedoras, pelas mortes sanguinolentas do jeitinho que incels gostam (à la Premonição, talvez apenas pra chocar sem necessidade) ou pela necessidade de fazer exposições à todo instante, nunca deixando o público pensar por si, e de repente jogar um fim confuso e "sem pé nem cabeça" só pra se dizer complexo. Outro ponto esquisito é a trilha sonora, músicas românticas em momentos que seriam "tensos" foram uma escolha, no mínimo, estranha, sem condizer com os momentos. A fotografia passa o ar de um filme "teen-sombrio", e eu achei isso interessante. Um filme com cenas mais escuras, dando um toque a mais no suspense, mas que não atrapalha nossa visão e percepção do que está acontecendo, além da execução das cenas (principalmente as que estão em câmera lenta), dando foco à detalhes importantes da trama (página voando, impacto das cenas de morte, etc.), além de uma cena de perseguição ótima, na prática, pois na trama soou meio bobo. Ao fim, Death Note acabou sendo um filme acelerado, muito mais do que a trama pedia, com um roteiro tendo ideias interessantes, mas que pareceram muito mal executadas. Para quem não conhece a obra original japonesa, um bom filme com roteiro teen (trama imatura) e contendo sangue como um filme adulto, oposto do original, mas que, talvez, ainda vale assistir tendo em mente que é uma releitura americanizada. 
 
AVISO: Contém cenas de violência gráfica.
 
Pôster do filme.

Sinopse: O que aconteceria se um estudante americano comum, cheio de questões pessoais pra resolver (TERAPIA NELE!), recebesse um caderno capaz de matar pessoas?

"Regra um: o humano cujo nome for escrito neste caderno morrerá."

"É isso que vamos fazer com o caderno, Light? Regras e avisos?"

"Como Kira decide quem vive ou morre, quem é culpado ou inocente? Com quem posso reclamar se eu não gostar de uma decisão do Kira? Ou reclamar me colocaria na lista do Kira?"

"E acho que dá pra perceber quando você está na frente de alguém como Kira."
 
Um confronto muito estranho, no mínimo.

Trailer: 

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- Rhanon Guerra